menu automáticoInquice n. 1livro de visitas

 

O JORNAL

É meia noite!
O jornal da tv fala de protestos
Um jogador de futebol que desmaia
Uma plantação de maconha
Reforma agrária
E eu, ouvindo Tânia Alves, no micro
Fico com os restos
Máquina, sonho e vergonha
Pois ainda vivo na raia
Do açoite
E da corte sem ária.

Escrevo o vendaval que me açoita
Que me corta
Que me tira da cama
Que corrompe os meus brios.
Rascunho o passado e o presente
Que meus tinos vazios, agora
Outrora me fez contente
Mesmo na moita
Abriu-me a porta
Mesmo sem fama
Uma hora morta,
Uma estrela na janela
E a sorte chamando por ela.

 

Albatroz
Salvador, 26/27 de julho de 1999