Uma voz belíssima ecoa na cidade.
Uma voz feminina cantando mulheres e
encantando os homens.

Surge no cenário musical baiano uma cantóloga, ou se preferirmos, uma sociótora.

Trata-se da graduanda no curso de Ciências Sociais da UFBA – portanto uma futura socióloga – Déa Ribeiro.

Dona de um talento musical inquestionável, Déa vem encantando a comunidade universitária – discentes, docentes e funcionários – com o ensaio musical "Mulheres Canta Mulheres", onde interpreta pérolas da MPB que têm por título nomes de mulheres, dentre as quais, "Rosa" de Pixinguinha, "Luíza" de Tom Jobim e "Maria, Maria" de Milton Nascimento.

Decerto que por ser "iniciante", a sócio-cantora, ainda comete algumas falhas – como por exemplo, ficar parada (até mesmo quando a música é dançante!) no mesmo local, do início ao fim do ensaio, sem ocupar todo espaço cênico – , porém, reafirmamos que o talento vocal da mesma é inegável.

Acompanhada de dois músicos – Lelo Santos no baixo e Paulo Araújo no violão –, Déa dá seu recado variando do mais agudo ao mais grave sem sair do compasso, coisa raríssima de se ver.

Não podemos deixar de elogiar também a escolha do repertório e os novos arranjos que foram dados, que revelam o profundo bom gosto da cantante e sua equipe de apoio.

Desejamos boa sorte para a garota e esperamos, ou melhor, imploramos que:

Por favor Déa Ribeiro, não se envolva, nem se deixe influenciar pela mpb (música popular baiana) leia-se axé music.

A Bahia sensata agradece.

SUCESSO, MENINA.

Cláudia Marighella.
Crítica de arte e colaboradora da revista Inquice .