O interesse que a música brasuca vem despertando em músicos, dj's, críticos estrangeiros e curiosos, se justifica por mais um lançamento esperto. Trata-se de móBRABA. No início dos anos 90, quando ainda não eram moda ruídos, microtons, desafinações, caos proposital e outros elementos indispensáveis para boa parte da produção musical atual, surge na bahia uns moleques reunidos em torno de um nome esquisito e uma proposta ídem. A imagem é a seguinte: um bando de cinco ou seis maluquetes grudados a um radinho de pilha, sintonizam uma estação que só toca música doida. nela pode-se ouvir smetak, dead kennedys, tom zé, mutantes, frank zappa, hermeto pascoal, black sabbath e john zorn. De lá pra cá muita coisa rolou e alguns mitos foram naturalmente construídos em torno da banda CRaC!. Aquela idéia de personagens recém-saídos de um filme de fellini... por outro lado, oxênte, não é que alguns cismaram de confundir a onomatopéia crac! com o nome da droga crack? móBRABA, o primeiro cd da banda, vem pra mostrar que a CRaC! é bem mais que isso e que nome de droga é pra quem nunca leu gibi. E tem mais, pra acabar com essas estórias, nem sempre engraçadas, a barreira resolveu abrir desde já o seu baú de miudezas e, além do cd, vem mandando o videoclip da inédita na sopa. Para isso contaram com carlos chacal, que assina a produção gráfica da capa e a direção do clip. a próxima será a CRaC!page, homepage contando um montão de estórias e curiosidades para seus fãs. Aí vão algumas outras! Resultado de um importante prêmio na bahia, o prêmio copene de cultura e arte (cuidado, o incentivo cultural pode pegar você), o tão falado cd da CRaC! é sem dúvida um dos mais esperados da história do rock baiano. em 97 a banda tinha acabado de acabar quando recebeu a notícia do prêmio. então nancy v. (voz), andrézinho b. (sax, vocais e instrumentos cretinos) e julio m. (guitarra), que já estavam fazendo um novo trabalho junto com o andré t. (produtor, samplerman loopeiro multimúsico) resolveram voltar atrás na idéia e produzir móBRABA. Ao ouvir o cd, logo de cara destaca-se uma ousadia que permeia desde a sonoridade à produção gráfica passando por uma série de elementos. A cidade de salvador aparece em detalhes quase subliminares, conexões com vanguardas e outros bichos aparecem de forma revigorada. O resultado dessa porrada é constatado na cuidadosa distribuição dos timbres e microtons no espaço sonoro e pela relação arrojada dos planos das vozes e instrumentos. Por isso móBRABA tá pau a pau com o que rola de mais interessante no panorama musical brasileiro desse final de secxxi. unir o que há de mais arcaico aos recursos a que se tem acesso poderia até servir de bandeirola do mundo pós hippiepunkhackers. móBRABA faz parte da "ERA DO PÉBA", aquela em que tudo tem prazo de validade. móBRABA é um gibi curto e caceteiro. ouça e comprove.
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