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Ali é nada
Aqui também
É nada além
Mero jogo de palavras
Ninguém quer dizer
Ninguém quer ouvir
É todo o movimento
Da cena parada
Toda uma arte
Para nada

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Princípio do movimento
Ordem da paralisação
Naquilo que se esconde
Isto que se desvela
Tudo está sob a mira
Das setas do tempo
Deuses da salvação
Reinos do pensamento
Mitos da danação
Sinais de amor
Signos da ira
Tudo está sob a mira
Das setas do tempo
Tudo que invento
Do breu da noite
Ou do pino do dia
Oh horror oh maravilha
Tudo está sob a mira
Das setas do tempo
A rosa a rosa a rosa dos ventos
Uma onda veloz
Todo mar lento
Médio mau bom todo momento
Tudo tocado tudo
Produzido tudo
Atingido pelas setas do tempo

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Abre a porta que dá
Para de onde está
Ver aquela antiga rua
Poesia crua rota nua
Que ficou para o início
Ou o fim do olhar
Dançam as palmeiras
Percorre clareiras
Das palavras primeiras
Desce esquálido
As escadas
Da velha casa
Pensa sua sina
Ouve sinais
Sim ele o homem digno
Em sua cara se vê
Vero ladrão de palavras
Do seu suor sua própria lavra
Em sua porta se lê:
O proprietário do signo